segunda-feira, 30 de julho de 2012

[...]


Você, página amarela de um livro que já não uso mais.
Empoeirado, esquecido no tempo.
Me querendo, você não entende que nenhuma outra leitura me revelará você de novo.
Ou trará pra mim (...)
Não estou dizendo adeus.
Só seguindo minha estrada. Sem despedidas que é pra eternizar.
E se não for pra ficar guardado, trancamos o baú.
Jogamos fora.
Mas eu guardo.
Me guardo, reguardo, resguardo.
E lembro. 
Se o momento é singular, viajo na palavra só.
Na imagem única, no teu gosto, e no teu cheiro bom.
Se não estamos a sós, eu... eu prefiro fechar o livro.
Lembrar teu cheiro é traição.
Quando meu inconsciente me trai, te bota em meus sonhos e eu me recuso a abrir
os olhos. Daí desperto, e me convido a despertar. Olho pra estante, em um instante
fecho o livro.
Rego as plantas.
Planto em mim, solidão.


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