quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

resulta de madrugadas a sós

assim já não sei como te dizer.
é que chove tanto por aqui.. e eu sentei por não aguentar mais
os pensamentos girando, e eu entontando em ritmo da chuva.
não consegui certeza entre ser a tua luz, ou ser o que te perturba
em momentos assim, perco tanto as certezas que sinto, te perco de mim.
mas costuma acontecer depois de te deixar, é escrito e sagrado
como qualquer palavra, sem mais são apenas esquemas inversos.
e abri uma gaveta hoje sem querer tinha uma senha, a que abria o
teu coração. e eu a guardei como de um subto impetuoso dizendo a
mim mesma: está comigo. ainda está comigo.
e fui respirando fundo, e foi respirando fundo que por proucurar
encontrei teu telefone, estou a te ligar pra dizer: é meu.
e eu cuido por aqui, e qualquer lugar.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

mais uma noite, que seja então!


E porque deixamos chegar até aqui? É.. se sempre fomos rosas e nos levamos ao mar.
Ainda me pergunto se toda essa superioridade cabe mesmo dentro de ti.
Ou se ela vem a medida da tua necessidade fútil de não me deixar calar.
Eu ainda tento entender, se é a falta da minha voz que te faz mal, sim porque.. O tom
dos gritos te faz bem não é?
Fala!
Não me espere pra chorar, eu também tenho o direito de te ouvir. Eu quero.
Eu tenho razão o suficiente pra estar aqui, e mesmo que digas que a razão anda sempre
comigo e que é tão minha que chega a escapar por entre os meus dedos, eu te digo:
me surpreende!
me fala alguma coisa agora que possa me fazer acreditar e aceitar toda a
admiração que um dia eu cultivei.
porque bonecas são calados demais. e elas não piam, algumas não tem movimentos nas suas pálpebras. e a respiração delas é tão ausente quanto gélida. Eu juro que tive uma boneca que suspirava nas noites frias sem mim.
e eu a amava. sim, eu cuidava dela como se ela fosse a rainha dentre todas as que eu tive
ela não era normal. Ela respirava num ritmo frenético que me soava devagarzinho.
as outras não, eram agitadas, empolgadas viviam tagarelando e me tirando o sono.
mas pareciam mortas na cama. Nenhuma abraço, nenhum pulsar nas veias. Nenhuma veia nos corpos transparentes.
volta e meia era um sorvete, volta e meia uma passeada pelo shopping.
elas me exigiam muito. e foi por isso que eu perdi o meu cartão. Elas eram geniosas.
mas Anne não.
ela me entendia, não queria sapatos luxuosos, e nem os perfumes caros que chegavam
da França todo começinho da semana.
ela só queria a minha companhia em noites frias pra sentir o meu calor.
as minhas melhores noites eu tive com Anne, e ela não exigia nada de mim, ela só me presenteava
com sua respiração irreal, seus olhos azuis e imóveis.
mas um dia, Anne sumiu.
assim como todas as outras que tagarelavam por ali.
e depois disso eu te encontrei, e tu age como Anne.
só que Anne não existe, nunca existiu. E tu ainda estás aqui e não me dá a tua voz.
por favor.
não me deixa nessa chuva.
fala comigo ...
eu te peço, e sou eu quem precisa de ti. mais esta noite.
Esqueça Anne e as bonecas. Somos eu e você agora.
por mais esta noite.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010


vi algo em seus olhos que me prenderam. não vou negar e usar armas aqui.
eu nunca tinha visto algo assim, onde sufoca descrever.
e eu também nunca senti um cheiro assim, que me trás pra perto.
perfumes alheios costumam ser alheios demais e não me interessam.
aliás se tem algo que eu gosto mais que cheiros, são vozes.
e aliás não há nada que me agrade mais nesse mundo, do que te ouvir
falando coisas improváveis, te sentir mais perto do que eu possa medir,
e me perder nas fases que tem o teu olhar. cultiva teu mistério pra mim?
e me dá.
me dá aos poucos, enquanto eu puder digerir e misturar, tudo em mim.
assim como somos uma. queria saber se os teus olhos já refletem a minha alma.
Assim como a minha alma deseja os teus olhos.


sabe o que é planejar o futuro e torcer pra que ele aconteça?
tecer junto contigo uma colcha que irá aconchegar todas as nossas noites frias,
e que um dia, um dia qualquer quando se ausentar da minha cama
ela me trará teu sorriso delirante. e eu vou me acalmar lembrando dos teus passos cuidadosos. da tua mão macia. da tua voz alegre. da tua alma que brilha.
e vai longe. longe como se perdeu o meu amor. longe de números em amor infinito.
contigo.
e o meu mundo deu voltas, assim como os pensamentos em minha cabeça.
e mesmo na circuferencia completa, é só você que eu vejo.