sexta-feira, 6 de novembro de 2009

veio pra confundir.

é curioso como paro aqui pra te contar essa história. falamos de dias, falamos a dias

tudo o que seriamos, todos os planos falhos que deixamos assim por estar.
uma vez, lembra?
eu sim, eu me lembro como se fosse hoje, tu aí nessa mesma poltrona rindo e falando
que via o amor como o espelho de nós dois. que o amar, era aqui e agora..
e que tínhamos um roteiro a seguir, o fim o fim dele era marcado com felicidade.
fogos. sorrisos. Músicas. Aconchego. Calor. E abraços quentes.
bébe!
isso mesmo, lembra?
foi exatamente assim que ti vi segurando a taça desde o nosso ultimo agradável encontro.
aqueles em que nos sentávamos frente ao outro e riamos, de tudo. De tudo que aconteceu
e estava por acontecer.. Depois, eu botava uma daquelas margaridas nos teus cabelos, engraçado
você sorria abaixando a cabeça como se não podesse ser admirada e tivesse fugindo dos meus olhos.
lembra? eu lembro... eu lembro quando dizia que tinha medo de me olhar,
porque em meus olhos haviam poços fundos, e neles você se perdia. Eu lembro quando vieste
correndo pro meus braços chorando por ter caído aquele tombo que ninguém rio, e você ficou ainda mais
rosada do que costumava ser... vergonha boba. Mostrava-se fragilizada diante da vida, sempre em que estávamos sozinhos abria teu jogo e chorava em meu colo.
Eu te olhava ali, assustada, tremula, e alguma coisa movimentou-se nesses poços fundos
dos meus olhos. Talvez minha alma que queira em momento sair pra fora pra te acolher...
Talvez minha felicidade em te ter aqui, talvez meus mistérios querendo avisar-me de que seria a ultima vez
em que te teria assim, desse jeito frágil buscando em mim o abrigo quente de uma noite fria.
Choramos, lembra?
sem motivos nos olhavamos e as lagrimas saiam dançando.
como se estivesse se despedindo. O poço dos meus olhos estava raso... e tu sorria
dizendo que estava vendo minha alma inqueieta, disseste:
eu vejo tudo que há em ti, oun vejo meu rosto refletido não nos teus olhos, mais nas águas razas que estão aí agora. Pareceu tanta besteira naquela hora, e me deu medo, um medo daqueles passagerios, pensei – coisa boba- e te pus a deitar. Quando te cobri com aquele cobertor azul cor do céu,
quis o céu em ti, quis te proteger e te mostrar que na terra encontrarás sempre um anjo a te acolher nos
braços enquanto teu coração chora.
e que em qualquer cobertor azul, terá minha lembrança no meio da noite e tu vai poder chamar por mim. Lembra? eu te dizendo tudo isso e você ali, parada, olhando pra mim como se nada estivesse entendendo.
Sabíamos em momentos contrários e estávamos certos. Depois do sono acabar, tudo mudou.
e se não fosse você agora, segurando essa taça da mesma forma. Me olhando e perdida nos meus olhos como da primeira vez, querendo ver o que se esconde por trás de mim... eu diria, foi um sonho.

e já acabou.

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